domingo, 6 de novembro de 2011

Easy come, easy go.

As pessoas acabam sendo como bolhas de sabão, no final de tudo. Uma frase um bocado tola, vejamos. As pessoas são bonitas, elas nos prendem, nos atraem. Elas acabam, elas estouram. Você tenta mantê-las, e talvez conseguisse se não surgisse a necessidade de se ausentar por alguns instantes. Umas somem e desaparecem longe, outras o fazem ali, bem na sua frente. Ou aos poucos. Elas aumentam, diminuem, continuam iguais. Existem pequenas e grandes. Encantadoras e ao mesmo tempo assustadoras. Poderia ficar horas observando-as. Elas cansam. Elas acabam ficando melosas de um jeito negativo. No fim, elas vão sumir. Isso é certo. Uma bolha de sabão nunca é pra sempre (releia primeira frase).

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Seu sorriso, meu sorriso.

            Cheguei e automaticamente fui ao seu encontro ver como estava você, meu amor, minha doçura. Garoto, eu realmente te amo.
            Você me tratou naturalmente, mantivemos uma conversa formidável e então reparei que havia muitas pessoas ao seu redor, e você não falava apenas comigo. Estava feliz, cheio de emoção. Estava esbanjando olhares solidários e não repreendeu nenhum garoto avoado que passou roçando na sua mochila e a sacolejou, amolando você. Eu sempre soube que você era difícil de lidar, então testei o seu estável humor e medi as horas certas pra falar com você.
            Como eu havia notado que mais pessoas o rodeavam cheguei a conclusão que eu estava te irritando, mas você estava me poupando pois gosta de preservar os amigos, mas não por muito tempo, mas eu lhe era útil e sabia a hora de sair. Retirei-me, então, e subi ao encontro da minha professora, e me deparei com a sala vazia. Todos estavam ao seu redor, enchendo você de frescura e blábláblá.
            No outro dia, você não compareceu a escola. Resolvi me atrasar e saí correndo ao seu encontro. Deparei-me com um você muito abatido, com febre e tudo mais. Cuidei de você, tratei você. E ninguém estava ali cuidando de você além de mim.
            Uma hora você vai aprender quem é de verdade e quem é de mentira, eu hei de esperar e esperar, mais uma vez.

sábado, 30 de julho de 2011

Borboletas e Rinocerontes

            Cansei de falar de você. Oh, é você, e você, e apenas você e mais um pouco de você. Eu acho que eu preciso de um pouco de espaço na minha árdua vida que eu nem sei se pode ser chamada de vida porque é banhada de nostalgia faz tanto tempo que melancolia é pouco pra descrever.
            Melodramática, é isso que eu sou. Drama, teu nome é Jordana. Até rimou. E se rimou e coisa eterna, meu amigo. Não leve o lado poético de tudo na brincadeira, porque poeta que é poeta não fala sobre borboletas imortais, e sim sobre rinocerontes imorais. E eu falo no sentido de bonito-feio. Falar de rinoceronte é muito utópico e enfim, não sou poeta para saber como funciona, mas eu gosto de poema que fala, mas fala mesmo. Não é cheio de nhénhénhé e borboletas voam pra lá e pra cá. Eu sei que borboletas voam.
            Estou falando de mim, sim. Tenho meu lado borboleta e o meu lado rinoceronte, mas não é nisso que eu quero falar. Eu quero falar que essa é a minha opinião essa é o meu texto e eu vou escrever o que eu qui-ser. Só não separei tudo em sílabas porque não tem como e bom, como é o meu texto eu soletro boto em sílaba sei lá, meto vírgulas, até, em, meio, de, frases, desnecessárias se eu quiser.
            Comecei parecendo clichê terminei parecendo amarga. Bom eu não terminei porque eu termino na hora que eu quiser terminar. E se eu quiser ir do amargo pro ácido e aí pro doce e aí pro salgado. Bom, é meio difícil ir pro salgado porque. Se eu quiser ir pro salgado eu vou. Nova expressão: sal-ga-do. É uma coisa que é boa de ler, uma coisa deliciosa e cansativa. Isso mesmo, cansativa.
            Pássaros me lembram montanhas-russas. Quando eu criava a tal coragem e abria os olhos, sentia os cabelos esvoaçando em meu rosto, entrando na minha boca. Aí que acaba o lado meigo da coisa: entrando na minha boca. Eu começava então a cuspir desesperadamente e pffffffffff, a montanha-russa ficava furiosa e sacudia, sacudia. Então eu fechava o olho e esquecia tudo, e me concentrava em procurar o celular no meu bolso com a bunda. Oh, droga de bunda mal posicionada.
            Tudo é uma revira-volta, não é mesmo? Comecei doce terminei ácida, amarga. Não sou boa em distinguir um do outro. Uma hora estava eu, com os cabelos voando e você pensa em borboletas, outrora a mulher corajosa que abriu o olho na montanha-russa já não era uma borboleta, e sim um rinoceronte tentando posicionar melhor a bunda e cuspir o cabelo da boca.
            Por que eu usei borboletas e rinocerontes? Bom, fica aí um enigma pros psicólogos catarem distúrbios em mim ou. 

terça-feira, 26 de julho de 2011

Doce amargo ácido - quarta parte FINAL

         Eu que te ensinei a viver, doce ingrato. Ácido ingrato. Amargo ingrato. Com todas as letras, in-gra-to. Você sempre foi assim. Um grande porra de um ingrato que eu amei tanto assim.
         Saia, saia já do meu pé, disse-te eu, mas ó doce ingrato, não se comova. Eu já disse que te aceito com todas as letras.”
         Você ria, ria da minha cara de boba e em você sabia me enganar fácil e habilmente.
         Repito, e repito e não me canso de repetir. Te amar foi um erro. Um eterno e lúcido erro, na rua mais sinuosa escura oblíqua e clara rua, bairro, cidade estado país.
         E não venha me rotular, enquanto tu ainda arranca os dentes de leite, eu arranco os dos meus filhos.
         Sou uma velha e madura mãe trintona e ultrapassada, que ainda amo-te o suficiente para aceitar o pior dos seus erros mal-feitos e planejados.
         Se você voltar, ó doce som da frase: “se você voltar”, pena tão banalizada, oh mas se você voltar eu vou te achar, ah vou, e vou te enganar com meu truque das balas de limão. Já citei em algum ponto desse enredo que bala de limão poderá tirar a sua acidez mas não se engane, eu gosto das suas curtas e grossas.
         Me ame, me deseje e me queira. Mas não se esqueça que para me es-ti-lha-çar depois vai custar sangue, very blood, porque eu não vou deixar você ir tão fácil. Simples e facilmente, não. 




Vou ter que agradecer a minha querida Myrlla pelo apoio desde sempre, obrigada. Bom, e não apenas por isso, mas por ter me ajudado com o texto. Muito obrigada. 
http://loucuraeradiacao.blogspot.com/ 

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Doce amargo ácido - terceira parte

         Acho que essa foi a verdadeira e inevitável bruta causa que afastou, tirou, arrancou, estilhaçou amordaçou e acabou a nossa proximidade. Você se foi. E eu continuo aqui, no mesmo barco. O mesmo barco rumo a qualquer lugar que me lembre você.
            Você não temeu me perder? Você não hesitou em partir?
         E cá estou eu sozinha desolada abandonada es-ti-lha-ça-da traída atirada amordaçada pela esperança que se foi.
         Não creio que você partiu e não creio que não fiz nada para impedir você de tal irracionalidade e repito quantas vezes for preciso ir-ra-ci-o-na-li-da-de, pois me abandonar foi um erro.
         Amar-te foi um erro. Amar-te tanto assim foi um erro.
         Da noite mais chuvosa assombrosa assustadoramente escura e horrenda eu tiro todas as palavras pra te descrever apenas no conforto da lareira, do livro mais doce e da barra mais amarga de chocolate.
         Sua vida foi uma mistura de doce ácido amargo e vai-e-vem de um pro outro, comigo para balancear a quantidade de qualquer um.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Doce amargo ácido - segunda parte.

         Eu dizia menino, tente se controlar se quiser ser aceito.
         “Eles que me aceitem que quiserem”, você dizia. “Não devo nada pra ninguém que não me aceite.”
         Menino cheio de princípios e ideais, você era. Você é.
         Seus ideais eram consideráveis, porém sua teimosia teimava em constatar todos os meus passos.
         Olhe pra você no passado, um garotinho de calças surradas blusas manchadas pedaços de couro costurados nos joelhos sardas pra dar e vender sorriso bobo olhos lacrimejantes e afastados o suficiente para você se dar conta de que possuíam um sonho ardente e impossível.
         Olhe para você agora: um poderoso homem de terno e gravata sapatos lustrados mas o olhar, o olhar continua distante embora as sardas e o sorriso bobo tenham substituídos por rugas e olhar severo. Você ainda não realizou realmente seu sonho, isso todos percebem.

sábado, 16 de julho de 2011

Doce amargo ácido - primeira parte.

            E eu vejo você se afastando, cada vez mais. Quando você já não é mais visível a olhos nus, procuro sua presença em qualquer coisa.
         E então ela se torna cada vez mais ausente.
         Quando um reflexo ou um vestígio do seu perfume eu encontro, o mesmo se afasta com a facilidade cujo eu e você corremos. Eu grito, não, ó doce doçura, não vá, por favor.
         Suba nove degraus lentamente até bater de leve com a cabeça no baixo telhado, entre na portinhola inadequada e cuidado com as felpas mas ó não ligue para elas não, entre, vamos, entre. Dê três passos para a esquerda e dois pra frente e sim, rapaz, desça no alçapão embaixo de você e coma sete balas de limão para ver se a sua acidez, ó doce acidez, não passa.
         Tentei te avisar enquanto era possível, ó se não tentei. Mas foi tarde e então você teve que partir.