sábado, 30 de julho de 2011

Borboletas e Rinocerontes

            Cansei de falar de você. Oh, é você, e você, e apenas você e mais um pouco de você. Eu acho que eu preciso de um pouco de espaço na minha árdua vida que eu nem sei se pode ser chamada de vida porque é banhada de nostalgia faz tanto tempo que melancolia é pouco pra descrever.
            Melodramática, é isso que eu sou. Drama, teu nome é Jordana. Até rimou. E se rimou e coisa eterna, meu amigo. Não leve o lado poético de tudo na brincadeira, porque poeta que é poeta não fala sobre borboletas imortais, e sim sobre rinocerontes imorais. E eu falo no sentido de bonito-feio. Falar de rinoceronte é muito utópico e enfim, não sou poeta para saber como funciona, mas eu gosto de poema que fala, mas fala mesmo. Não é cheio de nhénhénhé e borboletas voam pra lá e pra cá. Eu sei que borboletas voam.
            Estou falando de mim, sim. Tenho meu lado borboleta e o meu lado rinoceronte, mas não é nisso que eu quero falar. Eu quero falar que essa é a minha opinião essa é o meu texto e eu vou escrever o que eu qui-ser. Só não separei tudo em sílabas porque não tem como e bom, como é o meu texto eu soletro boto em sílaba sei lá, meto vírgulas, até, em, meio, de, frases, desnecessárias se eu quiser.
            Comecei parecendo clichê terminei parecendo amarga. Bom eu não terminei porque eu termino na hora que eu quiser terminar. E se eu quiser ir do amargo pro ácido e aí pro doce e aí pro salgado. Bom, é meio difícil ir pro salgado porque. Se eu quiser ir pro salgado eu vou. Nova expressão: sal-ga-do. É uma coisa que é boa de ler, uma coisa deliciosa e cansativa. Isso mesmo, cansativa.
            Pássaros me lembram montanhas-russas. Quando eu criava a tal coragem e abria os olhos, sentia os cabelos esvoaçando em meu rosto, entrando na minha boca. Aí que acaba o lado meigo da coisa: entrando na minha boca. Eu começava então a cuspir desesperadamente e pffffffffff, a montanha-russa ficava furiosa e sacudia, sacudia. Então eu fechava o olho e esquecia tudo, e me concentrava em procurar o celular no meu bolso com a bunda. Oh, droga de bunda mal posicionada.
            Tudo é uma revira-volta, não é mesmo? Comecei doce terminei ácida, amarga. Não sou boa em distinguir um do outro. Uma hora estava eu, com os cabelos voando e você pensa em borboletas, outrora a mulher corajosa que abriu o olho na montanha-russa já não era uma borboleta, e sim um rinoceronte tentando posicionar melhor a bunda e cuspir o cabelo da boca.
            Por que eu usei borboletas e rinocerontes? Bom, fica aí um enigma pros psicólogos catarem distúrbios em mim ou. 

6 comentários:

  1. Gostei muito da comparação entre borboletas e rinocerontes. Gostei da sua firmeza e da sua personalidade pra escrever.

    Parabéns!
    "Minha doce salgada amarga"

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  2. Oh, mas eu não sou assim. Acho que sou mais rinoceronte do que borboleta, ela é ambos. Usei meu nome por mera falta de nomes que rimassem e ficassem bons. Estou aprendendo a gostar do meu nome. Mas muito obrigada :3

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  3. Eu adorei. Acho que no fundo, todo mundo sabe que seu lado rinoceronte é mais forte do que o lado borboleta. <3

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  4. Acho que você soube descrever a personagem bem, de um modo diferente, que de certo modo se destaca.
    É um texto tão meigo que. Awn.

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  5. Gostei bastante do texto, achei bem verdadeiro e eu consegui ver partes de mim na personagem, gosto disso.

    " Uma hora estava eu, com os cabelos voando e você pensa em borboletas, outrora a mulher corajosa que abriu o olho na montanha-russa já não era uma borboleta, e sim um rinoceronte tentando posicionar melhor a bunda e cuspir o cabelo da boca."

    Queria que a vida fossem só borboletas.
    Boa sorte, Jordana.

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  6. Animarina: Ou o lado "rinoceronte" seja apenas mais marcante, não sei. Obrigada :3
    Myrlla: Oh, obrigada. Mesmo.
    Tiane: Realmente, achei que grande maioria se encaixaria ali e sei lá. Por isso a fiz assim. Obrigada, boa sorte pra você também.

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